terça-feira, setembro 26, 2006

My heart is with you...


com os amigos. sempre.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Santiago

Do que me lembro mais?
Do sabor do bolo pôdre, de castanho esponjoso. Da torta de laranja, sempre imperfeita e deliciosa. Do bolo das flores, imponente e majestoso, de uma massa invulgar a derreter-se-me na boca. Dos filmes da Esther Wiiliams, sentada ao teu lado no sofá, à tarde, sem mais ninguém na casa, ou se calhar, com os outros a dormir lá em cima. Dos teus espirros assustadores. Do chá de cidreira, sempre às cinco. Das histórias muito curtas de África. De me abrires a porta sempre que fugia assustada para dentro de casa, quando a Duquesa se soltava. De ver-te de costas, a moer a carne na banca de mármore, a preparar os teus inesquecíveis rissóis.Do cheiro na cozinha, nas escadas, da cera, do antigo, do tique-taque eterno do relógio. Dos comprimidos para o coração e do queixume conformado. Do sorriso nos teus olhos cinzentos, bonitos. Dos rôlos na cabeça, ao sábado de manhã. Das regueifas que trazias sempre. De abrires a porta da frente quando tocávamos à campainha lá ao fundo e ficares à nossa espera, até ao abraço. De perguntares sempre se tinhamos fome quando chegavamos. De mandares fazer o meu vestido azul. De me dares dinheiro quando me vinha embora. De me ralhares por causa das costas do Pedro, sem seres bruta. De seres vaidosa, como todas nós. De seres coquette à moda antiga e de te brilharem os olhos quando falavas de coisas femininas demais ainda para mim. De dizeres que o pai gostava muito de nós. De chorares quase sempre, só um bocadinho de nada. De seres amiga, apesar de tudo, e tanto, apesar do que não é importante. Um beijo para ti vó.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Australian Summer


Estou a ler o teu 'livro', o teu guião para me aproximar à definição daquilo que escreveste.
Imagino, deitada no sofá, e enquanto folheio a tua primeira obra, como seria transformá-la em filme...porque a tua história é um filme. Pleno de poesia.
E a minha melancolia, leva-me no pensamento da imensa criação, bela!, escondida entre as passagens do tempo que habitamos..

quinta-feira, setembro 14, 2006

ilações espontâneas de combustão fácil..


Uns, de intuição célere, muito inteligentes, apreendem outros com ligeireza - ainda que não os escutem, com verdade.
Aliciados, os primeiros, pelo fascínio dos seus pensamentos, é a sua voz que ouvem, no diálogo.
Incómodo, no semi-autismo.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Flannery O'Connor

«Li as histórias todas, uma por uma, noite dentro, sempre a sentir-me quase na margem do rio por onde se navega para outra dimensão qualquer. Viajei por dentro de todos os nervos de todas as perplexidades humanas, e a rede de dendrites ia sempre parar ao axónio fundamental, em que, de uma vez por todas, alguém tem que fazer o gesto definitivo que muda tudo, derruba tudo, atira tudo por terra ou volta a pôr tudo no lugar mas já todos sabemos qe nunca mais nada voltará a ser como era dantes. Era incrível. Era hipnótico. Era impossível de interromper antes de chegar ao fim e depois eu apagava a luz e ficava a dar voltas na cama (...). A minha Flannery morreu em 1964. Descubram-na agora, e cada um que julgue por si mesmo.» Clara Pinto Correia
Um bom homem é difícil de encontrar / Flannery O'connor . - Lisboa : Cavalo de Ferro, 2006. - 240 p.

sexta-feira, setembro 08, 2006



Liars

25/09 – Porto Rio, Porto

26/09 – Club Lua, Lisboa

quinta-feira, setembro 07, 2006

quarta-feira, setembro 06, 2006

Lettres à un jeune poète (extrait)

Une seule chose est nécessaire: la solitude. La grande solitude intérieure. Aller en soi-même, et ne rencontrer, des heures durant, personne - c'est à cela qu'il faut parvenir. Etre seul comme l'enfant est seul quand les grandes personnes vont et viennent, mêlées à des choses qui semblent grandes à l'enfant et importantes du seul fait que les grandes personnes s'en affairent et que l'enfant ne comprend rien à ce qu'elle font. S'il n'est pas de communion entre les hommes et vous, essayez d'être prêt des choses: elles ne vous abandonneront pas. Il y a encore des nuits, il y a encore des vents qui agitent les arbres et courent sur les pays. Dans le monde des choses et celui des bêtes, tout est plein d'évènements auxquels vous pouvez prendre part. Les enfants sont toujours comme l'enfant que vous fûtes: tristes et heureux; et si vous pensez à votre enfance, vous revivez parmi eux, parmi les enfants secrets. Les grandes personnes ne sont rien, leur dignité ne répond à rien.

Rainer Maria Rilke

sexta-feira, setembro 01, 2006

Paradise Now

Curiosa em relação a este