quinta-feira, fevereiro 12, 2009

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Good Fellas




Onde estão os nossos princípios? Onde reside a nossa virtude? O que é essencial para um homem ser mais que um homem, quando se torna absolutamente necessário?

Stauffenberg foi um oficial nazi descontente com o rumo que o seu país tomara nas mãos de Hitler, tornando-se adverso à ideologia dominante, comprometido por uma guerra que desejava não ver continuar e preocupado em limpar a imagem da sua pátria corrompida por valores que não eram mais os seus, amorais, imorais, embaraçosos. Teve a coragem de assumir uma posição contrária, juntamente com outros que com ele urdiram um plano para pôr termo à vida do Führer.

Escolher por boicotar e derrubar um regime como o nazi, foi concerteza uma opção difícil, complexa, corajosa. Um regime visceralmente hierarquizado e controlado, de homens submissos e desconfiados, silenciosos
, alguns genuinamente leais, outros habilmente persuadidos, outros ainda, inquietantemente fingidores. Encontrou determinação para, colocando a sua vida em risco, intentar contra a vida de Hitler e seus camaradas, e assim repor a dignidade de uma pátria enxovalhada aos olhos do mundo aliado.

Isto responde à questão inicial, se pensarmos que os princípios deste oficial, permaneceram quando deles necessitou para ser um homem, e não um rato.

Os valores de uma pátria conservadora mas guiada por elevados padrões de moral, de ética, sobretudo, terão condicionado a sua opção. Ser leal a estes princípios foi uma certeza num determinado momento da sua vida, da vida dos seus colegas de conluio, culminando na derradeira tentativa de matar Hitler, tomar o poder, aniquilar as SS, repor uma nova/velha ordem social e moral. Mostrar aos Aliados que nem toda a Alemanha pensava e agia do mesmo modo, foi acto de grande coragem, sem no entanto podermos afastar a hipótese de, na iminência de Normandia e estando cientes dela, também esse acto conter em si mesmo, o temor de represálias e sobretudo, da vergonha.

Aqueles aristocratas e oficiais, políticos e funcionários, foram concerteza mais homens que muitos homens que ainda hoje vamos vendo por aí…a fazer de homens, pois desconhecem a sua verdadeira identidade: sendo ratos.