terça-feira, junho 29, 2010

29 de Junho

hoje o meu mano lindo faz anos. se ele vier aqui ler isto vai-me chagar. azarito. no meu blogue posso estar à vontade e escrever estas coisas dengosas e com algum azeite à mistura.
mano lindo, és muita giro, tens muita pinta e fazes tão bem aquilo que fazes que és o meu orgulhinho!
já para não dizer que és inteligente pra xuxu, escreves bem pra carái e és teimoso que nem uma burra. também não tens jeitinho nenhum para fazer "coisas" (certas coisas) com as mãos o que é bem engraçado (quando eu te mandava almofadas e ainda assim elas caíam ao chão? remember?) bah..hahahaha..!!!
parabéns pelos 35, espero que chegues a velho enxuto e sem grandes maleitas para poderes cuidar de mim, sem memória e chata como tudo e ainda pior, as we well know, life's a bitch;)
espero, que um dia te reconheçam como ao Saramago para me pagares uma volta ao mundo durante 3 anos e para que possas finalmente ser livre às custas do dinheiro e da fama. espero, que o que acabei de dizer não signifique que me desvie do meu caminho através do que já começa a fazer muito sentido que o resto é balelas e nada tem que ver com dinheiro. (vómito) by the way, grande vómito, aquele do CCB...
olha, vemo-nos pouco, falamos pouco mas sabes bem que te amo do fundo do meu coração. um bêjo nessa bochecha, mano lindo.

domingo, junho 27, 2010

domingo

ora bem...o que vai ser hoje?...?..

domingo à tarde, 4 canais e nada de jeito, navegar na net e ver sempre os mesmos blogues (descobri um novo e interessante ) porque não tenho grande imaginação, preprarar a mente para sair de casa pois há que feirar e trabalhar na tasca da associação. boa experiência, a da feira: fala o essencial, não faças má cara, não rezingues ou critiques, sorri e vai para casa antes da terceira caipiroska, sem pensar muito nele. casa desarrumada, who cares, pensamentos filosófico-esotérico-místicos vs luxúria, preguiça e alguma gula. parece que vai chover (!)..great.
ah...é bom estar vivo. ironia free.

domingo, junho 20, 2010

o cinema paraíso nas matinés cinéfilas

Pode parecer suspeito, mas confesso que o ponto alto do meu fim de semana foi ter ído ao Redondo este Domigo assistir pela primeira vez a uma matiné cinéfila. Isto foi decidido ainda durante a semana. Eu já conhecia e sabia do sucesso das matinés cinéfilas do Redondo (ou de Redondo), que ecos positivos há algum tempo me chegavam dessas paragens e da ideia da Paula Soares e do Takis. Oferecem à população e interessados no geral, no espaço fabuloso que é o do Centro Cultural do Redondo, sessões de cinema um pouco diferentes, aos Domingos à tarde.

Percebi há pouco, falando com o Takis, que a ideia foi a de trazer alguém ligado aos filmes exibidos, de preferência, ou alguém que não estando directamente ligado aos mesmos, participasse na tertúlia que sucede ao visionamento.
Trata-se de um projecto de amantes de cinema para todos os curiosos que gostem de assistir a bons filmes e/ou participar numa boa conversa em redor dos mesmos, pelo que entendi. Uma coisa informal. A mim há muito despertara o interesse em dar uma espreitadela, e de tanto adiar, hoje lá fui. Entusiasmada.

O filme desta matiné foi o Cinema Paraíso, de Tornatore. Melhor do que rever esta belíssíma e consensual película, era difícil. Não disse a ninguém se gostaria de me acompanhar, por dois motivos:
1- queria ir sozinha
2- duvidei que alguém estivesse disposto a percorrer 33 km até ao Redondo, numa amena tarde de Verão (começa amanhã, mas..), "só" para rever o Cinema Paraíso.
Posto isto, aguardei pela tarde de hoje como os miúdos que sabem que vão à praia ou que os pais lhes vão comprar o par de ténis tão desejado (ok, não foi com tanta intensidade, há um certo exagero nas minhas palavritas mas, foi mesmo o ponto alto do meu fim de semana e este nem foi sossegado...) e pelas 15:30h rumei ao Redondo. A viagem foi também aprazível para o espírito, inquieto , triste, não infeliz, com laivos de serenidade até, e ainda que a Primavera tenha gentilmente cedido a sua posição ao colega Verão, não deixou de me apaziguar a vista das searas alouradas pelo sol e acariciadas na brisa meiga...dia perfeito de Verão, fossem muitos assim os que estão para vir.
O mau momento da tarde aconteceu quando me transformei numa assassína a sangue frio, por força das Universais Leis do Acaso um pássaro voou no minha direcção e eu voei na dele, desgraçado...o meu carro foi demais para o bicho e a minha consciência ainda me pesou. Não tive tempo de nada, excepto matá-lo.

Cheguei ao Redondo right on time, mas antes disso, horas antes, não deu para ler tudo o que queria sobre Saramago no jornal de ontem. Não deu para ver a exposição de fotografia turca que só fica até dia 27, não deu para aspirar a casa e arrumar a restante roupa de Inverno, não deu para um café com um amigo disponível, não deu para ficar em casa a ler os 5 livros que ando a ler arrastadamente. Mas deu para ir às matinés cinéfilas do Redondo. É curioso, mas não me lembrava das últimas cenas do filme, o reencontro de Salvatore e de Elena, por exemplo...terei eu visto o filme, ou sonhei que o vi? A quantas coisas ou situações vi eu acontecer-me confundir o real com o imaginado? Algumas, por estranho que pareça.

Bem, o certo é isto: o filme que vi, ou revi, foi novo para mim. Desta vez vi uma obra-prima. Um filme especial, eu digo. Toca em tudo - amizade, amor, carreira, o cinema e o amor ao cinema.. Chorei, mas chorei à séria em algumas cenas e senti-me embaraçada porque no fim a minha cara iria estar uma boa coisa. Estava menos mal, creio. Mas reitero que desta vez vi uma obra-prima, e sei que filmes destes não se fazem muitos. Genuíno.

Takis ainda puxou por nós no fim, mas algumas das poucas senhora da terra que tinham ído à matiné, foram-se embora pouco depois...provavelmente os maridos ou os filhos aguardavam-nas para retomarem as suas posições no lar, mas todos concordámos na emoção que o filme transpõe, parece que todos chorámos, a dada altura, e eu senti-me menos piegas. Mais tarde, e chegada a Évora, percebi que estava com o período. Right.

Mas, aquilo que pretendo aqui deixar, talvez a mais emotiva cena da tarde, senão sentida na pele pelo menos no intelecto, foi quando a dada altura do filme me apercebo que há uma senhora idosa, sentada com mais um casal de idosos, que vai lendo incansavelmente as legendas do filme (longo, longo...) em voz alta, muito discretamente, aos outros dois. Os senhores eram analfabetos. Quando eu me apercebi, enlevou-se a minha alma. O amor e a generosidade que tanto procuramos está aqui, nas acções sacrificiais de humanidade que damos na direcção do outro, pelo outro, com o outro. Nessa altura, devo ter chegado à parte do filme em que chorar me fez doer um bocadinho o peito e sorrir ao mesmo tempo.

sábado, junho 19, 2010

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domingo, junho 13, 2010

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terrible love
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quarta-feira, junho 09, 2010

foda-se.

depois de ler um texto de um blogue que descobri recentemente, fiquei deprimida. deprimida por umas horas. depois passa-me. mas até lá, vou ficar a remoer e esta noite já sei que vão ser só mais 5 ou 6 horitas de sono. há pelo menos 2 meses que não durmo 8 horas. por isso quase adormeço - já adormeci 2,5 segundos - lá no trabalho, por volta das 15:30h mais coisa menos coisa. quase todos os dias.

devo ter perdido muitas oportunidades de ficar calada, mas optei - é mais forte que eu? - por dizer o que me vai no pensamento.
contudo, parece-me que realmente nada como deixar o outro ir descobrindo quem somos, e não lhe darmos tantas pistas logo à partida....e o mais estranho, é que nem assim nos damos a conhecer, porque há coisas que não dizemos e só com o tempo o outro as descobre. normalmente, as piores, ficam guardadinhas. mas também há outras, que não se dizem e podem ser uma boa surpresa.
ser tagarela é mais forte, ou tem sido...já houve alturas em que nem um pio. para quase ninguém. e muito menos para gajos (outra palavra linda do meu vocabulário...gajo, gaja...não gosto, mas se não a disser, não estou a ser eu mesma..). ser tagarela é pois, sinal de que está tudo bem cá dentro, pelo menos isso. e fazendo uso de uma analogia idiota, uma vez disse isto a uma amiga: "mais vale gorda que maluca", e todas acharam um piadão, eu que até estava a ser sincera, mas vá lá, teve piada. e ela lá vai tomando os comprimidos que a engordam, mas não está maluquinha...não se deve a mim tal facto, apenas ao médico que a acompanha. eu limitei-me a ser sincera. assim, mais vale tagarela que deprimida, ainda que com isso, perca a oportunidade de estar caladinha e de ir deixando o outro descobrir-me. sempre me acharia mais piada...ou não!
(ai, hehehe, não resisti...:D)

foda-se.

(a sério que evito escrever palavrões, opá, mas o blogue é meu e assim comássim quase ninguém lê isto - pai? - e hoje é dia de dizer o que me vai no pensamento...sem merdas.)
amanhã deve haver mais. é o que dá ter net em casa...eu bem resisti...:/
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domingo, junho 06, 2010

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You mustn't show weakness
and you've got to have a tan.
But sometimes I feel like the thin veils
of Jewish women who faint
at weddings and on Yom Kippur.

You mustn't show weakness
and you've got to make a list
of all the things you can load
in a baby carriage without a baby.


This is the way things stand now:
if I pull out the stopper
after pampering myself in the bath,
I'm afraid that all of Jerusalem, and with it the whole world,
will drain out into the huge darkness.


In the daytime I lay traps for my memories
and at night I work in the Balaam Mills,
turning curse into blessing and blessing into curse.

 
And don't ever show weakness.
Sometimes I come crashing down inside myself
without anyone noticing. I'm like an ambulance
on two legs, hauling the patient
inside me to Last Aid
with the wailing of cry of a siren
and people think it's ordinary speech.

Yehuda Amichai
Translated by Chana Bloch and Stephen Mitchel
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quinta-feira, junho 03, 2010

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PAUS
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feira do livro 2010
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todos os anos acontece-me a mesma coisa, mais coisa menos coisa...começa a feira do livro e eu estou lá batida todos os dias. tenho de passar por lá, nem que seja por um breve momento, só para ver as barraquinhas, os livros. normalmente faço-o ao fim do dia, ou à noite. e muitas vezes ao fim do dia e à noite. não sei bem porquê, mas talvez seja apenas porque não se passa muita coisa interessante em Évora nos dias que correm. o lamento começa a tornar-se generalizado, tenho falado com mais pessoas que sentem o mesmo: "esta cidade parou no tempo".
e até mudaram, le chairman, a localização da feira. muita gente nem se apercebeu e os livreiros lixados. divulgação fraquinha, fraquinha...nada de novo. e o povo vai levando. eu já nem me posso ouvir a lamentar esta "política cultural"...rai's partam o homem, conseguiu esvaziar a cidade de interesses e dinâmica. onde anda a animação de rua? onde andam os artesãos e as suas banquinhas? onde está a rua viva e onde ficou o Vivá Rua? onde é o centro cultural digno dos habitantes e dos visitantes da cidade? e já agora.....porquê digno dos habitantes se foram estes que elegeram o homem?
a feira, dizia eu, tem um atractivo especial, que facilmente e sem grandes reflexões, me reporta à infância das feiras do livro no Parque Eduardo VII. que gozo me dava essa altura do ano, quando os meus pais lá estavam e eu e o Nuno íamos para lá brincar e ver a feira, andar por ali, no meio das gentes e dos livros, gostava sempre muito dessa altura do ano...para além desta razão, vejo ainda que é na feira que vou encontrando conhecidos e amigos com quem vou tendo 2 dedos de conversa, e por vezes até trocas bem interessantes, depende do conhecido que se encontra por lá ou do amigo. ou mesmo do estranho..
ontem saí do trabalho, passei por lá e acabei por ficar até à noite, jantei por lá com a Sandra, essa persistente empresária-livreira e ex-patroa de tempos ídos e com quem tenho sempre agradáveis trocas de palavras e opiniões. jantou-se, vim a correr a casa trocar de roupa e voltei num ápice para me encontrar com amigos, que não puderam aparecer, e acabei com outros - novas amizades quiçá? - por ali ouvindo um fraquito mas simpático quarteto de saxofones e, lendo à socapa, excertos de uma volumosa compilaçao de poemas de Nuno Júdice (quanto mais leio a sua poesia mais gosto de a conhecer) que não posso (ainda) comprar.

já tenho uma lista, em construção, que a feira ainda não acabou e ainda não vi tudo:

Alain de Botton - 1 de 3, não posso comprar todos, maldito dinheiro quando me tira a cultura...mas a malta tem de comer, não é?

























































Lao Tse - um livro do chamado pai do Taoismo, cujo nome agora me escapa, está na calha. Não é o Livro do Caminho e da Virtude, a grande obra, mas tem citações interessantíssimas. o meu lado místico desperta.


Nuno Júdice - Poesia Reunida (1967-2000)

Já comprei 3, e gastei apenas 11€:

primeira antologia de micro-ficção portuguesa, vários, exodus

a mão ao assinar este papel, Dylan Thomas, assírio & alvim

as dioptrias de elisa, António Gancho, assírio & alvim

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