Clássica, clássica, muita música clássica...há 3 dias que só oiço a Antena 2, e a paixão aumenta.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Clássica, clássica, muita música clássica...há 3 dias que só oiço a Antena 2, e a paixão aumenta.
quinta-feira, dezembro 21, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
sexta-feira, dezembro 15, 2006
"A vitória do animal laborans jamais teria sido completa se o processo de secularização, a moderna perda da fé como decorrência inevitável da dúvida cartesiana, não houvesse despojado a vida individual da sua imortalidade ou pelo menos da certeza da imortalidade. A vida individual voltou a ser mortal, tão mortal como o fora na antiguidade, e o mundo passou a ser menos estável, menos permanente e, portanto, menos confiável do que o fora na era cristã. Ao perder a certeza de um mundo futuro, o homem moderno foi arremessado para dentro de si mesmo, e não de encontro ao mundo que o rodeava; longe de crer que este mundo fosse potencialmente imortal, ele não estava sequer seguro de que fosse real. E, na medida em que devia pressupor que era real, no optimismo acrítico e aparentemente indiferente de uma ciência em contínuo progresso, afastava-se da terra para um ponto mais distante do que qualquer alienação mundana cristã jamais o havia levado. Qualquer que seja o sentido atribuído à palavra "secular" no uso corrente, não pode, historicamente, ser equacionado com mundanidade; pelo menos, o homem moderno não ganhou este mundo ao perder o outro, e tampouco, a rigor, ganhou a vida; foi atirado de novo para ela, lançado à interioridade fechada da introspecção, na qual as suas mais elevadas experiências eram os processos vazios do cálculo da mente, o jogo da mente consigo mesma. Os únicos conteúdos que sobraram foram os apetites e desejos, os impulsos insensatos do seu corpo que ele confundia com a paixão e que considerava "irrazoáveis" por não poder "arrazoar" com eles, ou seja, prevê-los e medi-los. Agora, a única coisa que podia ser potencialmente imortal, tão imortal como fora o corpo político na antiguidade, ou a vida individual na Idade Média, era a própria vida, isto é, o processo vital, possivelmente eterno, da espécie humana.
...........
Hannah Arendt, A Condição Humana, pp. 389-91
.
dúvidas & questões existenciais
ninguém tem de provar nada a outrém. ou será que tem?
talvez a si mesmo
e ainda assim...
com tanta susceptibilidade latente, eminente, emergente e recorrente, ai jesus que lá vou eu!:)
perfeitos, só os Deuses, que do alto do seu Olímpo, sorriem....disso tenho fé inabalável.
E não lhes desenho aqui o sorriso...a imaginação fará o seu trabalho.
.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Sem cor
.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
.
lisboetas
.
Mais vale tarde que nunca...e tarde visionei este documentário de Sérgio Tréfaut (ontem à noite, mais precisamente no Cineclube de Évora, e presente esteve também o realizador), mas muito a tempo de perceber a superioridade da obra, a inteligência do autor, a capacidade de nos mostrar de uma forma profunda e ao mesmo tempo leve, bela, pedaços da vida de imigrantes de origens diversas, habitantes da 'nossa' Lisboa. Tocou-me o olhar, ou os olhares que Tréfaut 'apanha', é conciso e subtil ao fazê-lo e aquelas pessoas são ali expostas pelo seu lado mais humano, porque um olhar diz muito, ou tudo o que as palavras nem sempre dizem. O olhar do ex-piloto de aviões, embargado pela sombra do álcool, pela solidão, o olhar de quem sabe que a vida pode ser mais do que isto mas que é isto que ele tem e não pretende o regresso à terra-mãe, do rapaz que passa a ferro, são olhares que dizem tudo de gente que vem à procura de uma vida melhor e encontra um país que, afinal de contas, e como este último resume, também não é rico.
Há documentários que são filmes belíssimos, e as vidas verdadeiras e as histórias que não são ficcionadas, cabem no argumento deste filme, de Lisboetas que são do Mundo, uma Lisboa estrangeira filmada com inteligência, e um toque poético, perfeito acto de comunicação, pois.
Lisboetas, de Sérgio Tréfaut
POR, 2004, Cores, 105 min.
http://www.atalantafilmes.pt/2006/lisboetas/index.htm
.