.
Mareta em Abril I
Ela, lê de costas para o mar.
Como se assim o ruído a não perturbasse.
Ele, sobe e desce pelas rochas. Tem uma picareta.
Está a brincar.
Ela, usa um chapéu e usa óculos.
Ele, move-se, devagar treme.
Ela está concentrada e apanha sol.
Ele distrai-se picando a pedra.
Ela, ali sentada, na areia. Protege-o.
Ele ama-a.
[ Que idade terão ao certo?
O tempo já lhes mostrou umas quantas coisas por aí]
Ele, volta para junto dela, deixando pedras.
Ela ama-o.
Mareta em Abril II
Fazem companhia um ao outro.
Quando o que mais desejam é estar distantes.
Na aproximação não há palavras.
Ali encontram-se no silêncio das suas distracções.
Ele, vai e vem. Ela, não desvia o olhar do livro.
Ele quase resvala pelas rochas. Ela não desvia o olhar do livro.
Quando regressa com as pedras, ele pensa como seria bom ela nem sequer lhes tocar!
Ali, fazem companhia um ao outro.
Não se encontram muitas vezes.
09.04.2005
.
5 comentários:
"Na aproximação não há palavras.
Ali encontram-se no silêncio das suas distracções."
lindo...................... :)
(bonito)
...Interessante analogia...
bem, então se calhar vou continuar a deixar por aqui de vez em quando, alguns destes escritos......são docitas as vossas palavras:)
deixa, porque as tuas palavras é que deixam as nossas mais doces...
Enviar um comentário