e se fosse uma coisa tão improvável e inesperada que tudo deixasse de pernas para o ar?
reentrava no mundo como se a respirar um ar leve e puro.
escreveria uma carta. a segunda do género, até então, na sua já não tão curta vida. a surpresa dos burocratas.
arrumar as gavetas do quarto, a roupa interior desalinhada e misturada, colocar as coisas num lugar.
levar a pedra parideira encontrada onde mais nenhuma havia, pensar na sorte, limpar tudo sem grande precisão, aborrece.
voltar ao Norte para ver o céu, sem medo do escuro, de estar só no descampado, e encontrar as constelações. numa noite branca, nítida, quente deitando-se na terra de olhos bem abertos, observar longos minutos, horas se necessário. cassiopeia, ursa menor...todas as estrelas, sem medo.
fazer café fraco para beber. esperar. olhar de novo o céu sem de novo esperar entender. depois, levantar-se com determinação da cadeira velha, sacudir o pó e por-se a caminho. nada importa senão caminho.
(ele o ar ela o mar talvez se fundam no infinito..)
e se apenas coragem, essa palavra cara e preciosa, fosse o peso da sua bagagem?
há um mapa qualquer, mesmo que antigo. procura-o.
2 comentários:
Um mundo de hipóteses... cruzaram-se no infinito?
não sei.
:)
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