Eu quero um vazio
que já existe
Nas entrelinhas de
nos pensar
Quero apenas a voz
A tua no meu ouvido
tu
E as tuas mãos
incisivas na minha anca
Aquela febre do
amanhecer não dormido.
Eu quero que
preenchas o meu rosto de suor e saliva
Todos os fluidos do
corpo que são sós
Entre nós
Os teus dentes na
minha pele e o teu exalar
Quero-te sôfrego na minha
nudez plácida.
Serias pleno e poeta
e azul
Como a cereja do
nome
Paradoxal
Como o que não sei
se temos se somos
Uma fome
Um enleio de luxúria
imensa e animal.
A tua poesia. Eu quero.
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