segunda-feira, março 12, 2007

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duas partes

E descobri-te, estavas por detrás de ti mesmo.
E floresceu a luz que transpôs a tua aparência.
Repulsa que afastei de vez.

Um eclipse, ao contrário.

Encontro inócuo, o primeiro.
Sem força de tracção até ao teu lugar, nada.

O reencontro, a surpresa, o brilho.
(na aparência está o engano do preconceito)

Ficámos os dois, conversámos os dois, vi o eclipse invertido, soube-me bem respirar este novo ar.
Estava na tua atenção generosa, quiseste mostrar-me alguma coisa, ali, qualquer coisa importante, aprendi.
Estranho como se aprende assim, em tão pouco tempo partilhado.
A tua voz era baixa, suave. O olhar o dos sábios sem ostentação. Raro.
Um encontro em duas partes, só a última me interessa.
Só esta conta.

E ao de leve sopraste-me as tuas palavras, o som embateu no que estava adormecido, inexpugnável.
E revelaste-me.
(inúteis, tanto, as suposições)

Vou guardar a segunda parte, saboreá-la um pouco mais.
Porque invulgares são os eclipses ao contrário no meu firmamento.
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