quinta-feira, junho 03, 2010

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feira do livro 2010
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todos os anos acontece-me a mesma coisa, mais coisa menos coisa...começa a feira do livro e eu estou lá batida todos os dias. tenho de passar por lá, nem que seja por um breve momento, só para ver as barraquinhas, os livros. normalmente faço-o ao fim do dia, ou à noite. e muitas vezes ao fim do dia e à noite. não sei bem porquê, mas talvez seja apenas porque não se passa muita coisa interessante em Évora nos dias que correm. o lamento começa a tornar-se generalizado, tenho falado com mais pessoas que sentem o mesmo: "esta cidade parou no tempo".
e até mudaram, le chairman, a localização da feira. muita gente nem se apercebeu e os livreiros lixados. divulgação fraquinha, fraquinha...nada de novo. e o povo vai levando. eu já nem me posso ouvir a lamentar esta "política cultural"...rai's partam o homem, conseguiu esvaziar a cidade de interesses e dinâmica. onde anda a animação de rua? onde andam os artesãos e as suas banquinhas? onde está a rua viva e onde ficou o Vivá Rua? onde é o centro cultural digno dos habitantes e dos visitantes da cidade? e já agora.....porquê digno dos habitantes se foram estes que elegeram o homem?
a feira, dizia eu, tem um atractivo especial, que facilmente e sem grandes reflexões, me reporta à infância das feiras do livro no Parque Eduardo VII. que gozo me dava essa altura do ano, quando os meus pais lá estavam e eu e o Nuno íamos para lá brincar e ver a feira, andar por ali, no meio das gentes e dos livros, gostava sempre muito dessa altura do ano...para além desta razão, vejo ainda que é na feira que vou encontrando conhecidos e amigos com quem vou tendo 2 dedos de conversa, e por vezes até trocas bem interessantes, depende do conhecido que se encontra por lá ou do amigo. ou mesmo do estranho..
ontem saí do trabalho, passei por lá e acabei por ficar até à noite, jantei por lá com a Sandra, essa persistente empresária-livreira e ex-patroa de tempos ídos e com quem tenho sempre agradáveis trocas de palavras e opiniões. jantou-se, vim a correr a casa trocar de roupa e voltei num ápice para me encontrar com amigos, que não puderam aparecer, e acabei com outros - novas amizades quiçá? - por ali ouvindo um fraquito mas simpático quarteto de saxofones e, lendo à socapa, excertos de uma volumosa compilaçao de poemas de Nuno Júdice (quanto mais leio a sua poesia mais gosto de a conhecer) que não posso (ainda) comprar.

já tenho uma lista, em construção, que a feira ainda não acabou e ainda não vi tudo:

Alain de Botton - 1 de 3, não posso comprar todos, maldito dinheiro quando me tira a cultura...mas a malta tem de comer, não é?

























































Lao Tse - um livro do chamado pai do Taoismo, cujo nome agora me escapa, está na calha. Não é o Livro do Caminho e da Virtude, a grande obra, mas tem citações interessantíssimas. o meu lado místico desperta.


Nuno Júdice - Poesia Reunida (1967-2000)

Já comprei 3, e gastei apenas 11€:

primeira antologia de micro-ficção portuguesa, vários, exodus

a mão ao assinar este papel, Dylan Thomas, assírio & alvim

as dioptrias de elisa, António Gancho, assírio & alvim

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