sábado, setembro 18, 2010

eu não sei o que há em Évora

...que lá me vai surpreendendo.
seja porque inesperadamente, espontaneamente (como se estivesse há anos em fase de pré-ebulição aquele momento, aquela primeira palavra de contacto)  se começa a conversar com gente que cruza o nosso caminho há imenso tempo que perdemos a conta e nem uma palavra, apenas um reconhecimento ocular tácito e mudo na partilha dos muros de uma cidade bela, sufocante, misteriosa.
é como quando começamos a perceber que há (sempre) um escondido recanto numa parede de uma casa de uma rua estreita qualquer, um nicho, um rosto de pedra saído da cal branca, uma escada que conduz a uma torre com vista sobre os telhados, a planície, um altar esculpido discretamente no granito, uma janela de peculiar e estranha forma ou um jardim babilónico escondido por detrás de um portão de madeira sempre fechado e naquele dia entreaberto. coisas que nunca antes viramos, e no entanto, por ali passamos há anos. quando se não habita uma grande urbe, (re)descobrir é o verbo.

1 comentário:

Sophia disse...

Eu sei que é vergonhos mas decidi que queria viver em Evora no dia em que fui jantar a um japonês que ao mesmo tempo era chinês e tailandês. Isso tudo com o ambiente que se vive e a história que se respira? eu era feliz...


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