sábado, dezembro 18, 2010



palavras magoam
ferem de morte
libertam
e harmonizam

especiaria da minha vida
a amizade
rara, cara, secreta, bela

redenção



do amor, não sei
do amor não sei nada, talvez nunca tenha sabido coisa alguma
sei apenas
de uma cadeira de baloiço onde me sento e vejo o céu, as árvores, o mar lento
aguardo na brisa amena do entardecer
é isto que sei do amor

se a vida se esqueceu de me ensinar a morte
e a alguém ouvi dizer "não sabemos"
restam-me lágrimas
quando ma anunciam

e são lágrimas, amiga
no fim das palavras
tuas, depois das minhas  
atiradas como se não fossem balas 
são lágrimas que me abandonam e libertam

contrição



é deste líquido interior que sou
com passagem marcada e sem paragem
pelo meu coração de fibra e alma talhado
toda eu nele
e a quem amo em mim


sei da festa, da dança, conheço-lhes as cores
a magia, os sorrisos que me levam longe 
daqui, deste lugar
crú 
cinzento repetido insonoro
coma 
em vida de olhos abertos e sós

sei da festa e dos sorrisos
do corpo embalado que se enleva
porque os deuses lhe tocaram piedosos


e sei do mar do amar da dor sei do som da gratidão, do teu olhar
do meu sonhar, da solidão o esquecimento sei do perdão 
sei da cor e do sabor, sei do som e dos pinhais
sei da vida e sei da morte, de tudo sei que tudo é sorte
ou sorte sem 
de tudo ou nada e de ninguém
sei de mim de ti assim
sei de nós, não sei se sim
mas sei que tudo é sem saber
o amor eterno de viver.


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