terça-feira, agosto 23, 2011

e se fosse uma coisa tão improvável e inesperada que tudo deixasse de pernas para o ar?
reentrava no mundo como se a respirar um ar leve e puro.

escreveria uma carta. a segunda do género, até então, na sua já não tão curta vida. a surpresa dos burocratas.

arrumar as gavetas do quarto, a roupa interior desalinhada e misturada, colocar as coisas num lugar.
levar a pedra parideira encontrada onde mais nenhuma havia, pensar na sorte, limpar tudo sem grande precisão, aborrece.

voltar ao Norte para ver o céu, sem medo do escuro, de estar só no descampado, e encontrar as constelações. numa noite branca, nítida, quente deitando-se na terra de olhos bem abertos, observar longos minutos, horas se necessário. cassiopeia, ursa menor...todas as estrelas, sem medo.

fazer café fraco para beber. esperar. olhar de novo o céu sem de novo esperar entender. depois, levantar-se com determinação da cadeira velha, sacudir o pó e por-se a caminho. nada importa senão caminho.

(ele o ar ela o mar talvez se fundam no infinito..)

e se apenas coragem, essa palavra cara e preciosa, fosse o peso da sua bagagem?

há um mapa qualquer, mesmo que antigo. procura-o.

2 comentários:

R disse...

Um mundo de hipóteses... cruzaram-se no infinito?

Silk disse...

não sei.

:)