tristeza sim, afinal, mas em outro contexto: calhou ontem ver uma reportagem que passou na SIC sobre o trabalho infantil no mundo. Exemplos, alguns, desde o Cambodja e as meninas que são compradas por uma ninharia e levadas para bordéis onde se tornam escravas sexuais, algumas passam fome até que aceitem dormir com os clientes, vivem enjauladas (literalmente) e atormentadas numa vida que não é vida, até aos meninos na Índia que são levados (ou melhor, são os pais que os 'despacham' tal não é a miséria em que vivem, sendo uma criança mais um fardo..)de zonas mais pobres para trabalharem nas cidades, em fábricas clandestinas de fabrico de saris e tecidos, onde estão sentados de pernas cruzadas cerca de 18h por dia, e onde trabalham é onde dormem e onde comem, doem-lhes as pernas, são castigados quando se enganam, o trabalho é minucioso e dá-lhes cabo da vista...bem, podia continuar, mas já deixei a ideia. E a Índia é neste momento a 2.ª economia crescente do Mundo..Depois, até entendo os tipos que queimam carros em Rostock (este fim de semana mais uma manifestação que acabou em violência na Alemanha..)e as suas reinvindicações, o que não significa que concorde com os métodos, quem gosta de violência? Mas entendo-os muito bem até.. Como é que eu posso dizer ao meu amigo João que sou uma mulher feliz? Não consigo. Isto pode parecer de uma tontice grande, mas tendo respondido que não sou infeliz, também não sou feliz...porque para além do meu microcosmos e dos meus problemas, há estas injustiças tremendas a acontecerem em pleno século XXI e que me revoltam profundamente, para além de me deixarem quase sem fome. Aliás, hoje, jejum. Uma vez por mês. Por questões médicas, mas é como se o meu corpo pudesse sentir a privação destas crianças, durante um dia. Que raça surreal a nossa....."salvam-nos" (?) os tipos das organizações humanitárias, (curioso como muitas delas estão ligadas a grupos religiosos) que ainda vão resgatando as meninas dos bordéis e os meninos das fábricas clandestinas por este mundo fora.
Oh silk como te percebo, também vi o documentário. Eu, muito bem instalada em casa, acabadinha de comer com a pança bem cheia, decido aparrar no sofá, relaxar como se chama, ver tv, folhear umas belas revistas/folhetos/panfletos de casas para comprar (pois, porque eu ando a querer trocar de casa!!!!) enfim...via o documentário enquanto folheava, chego a uma altura que não folheei mais...senti-me tão parva. Desumana. Egoísta. Fútil. Igualzinha, igualzinha, igualzinha aqueles que estou farta de criticar...quando o menino indiano depois de resgatado da fábrica é devolvido a casa, a primeira reacção da mãe é chorar porque o filho regressou, mas não porque voltou são e salvo mas porque é mais uma boca para alimentar e eles não podem...CHIÇA...resta dizer que já não houve folhear de mais nada, senti pena, sim pena (não se deve ter pena...né???) a querer desesperadamente ter uma varinha de condão e mudar o mundo, ser iluminada descobrir a fórmula mágica que seria a cura de todos estes males!!!!!!! (sei que parece estúpido, mas é verdade eu senti isso!) mas depois…sou inundada por “There’s nothing you can do to change things, keep your own surviving trail…”. Pois...
bem, a expressão do miúdo quando a mãe desata a chorar, não de saudades, mas de revolta por ele ter voltado a casa....como é que se sente uma criança numa situação daquelas?! o desamparo deve ser total, inimaginável, aliás, bastava olhar para as caras deles, para perceber que há algo de profundamente injusto e errado na organização económica mundial - o lucro de uns, à custa das misérias dos outros, continua a ser apanágio dos nossos dias.
[lembrei-me agora disto: a menina milionária que agora anda nas bocas do mundo pq foi apanhada a conduzir com os copos é que era uma boa figura para dar a cara por uma causa destas, tipo "Paris Hilton funda organização para salvar crianças das fábricas clandestinas na Índia", não era porreiro? Com o dinheiro que ela tem, seria uma boa ajuda de certeza. Mas palpita-me que ela prefere gastá-lo em saris..]
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6 comentários:
Boa Silk, muito bom teres lembrado!!! eu já tinha esquecido que hj é dia da criança...tristeza a minha...
tristeza nada, BB:)
bom fds!
tristeza sim, afinal, mas em outro contexto: calhou ontem ver uma reportagem que passou na SIC sobre o trabalho infantil no mundo. Exemplos, alguns, desde o Cambodja e as meninas que são compradas por uma ninharia e levadas para bordéis onde se tornam escravas sexuais, algumas passam fome até que aceitem dormir com os clientes, vivem enjauladas (literalmente) e atormentadas numa vida que não é vida, até aos meninos na Índia que são levados (ou melhor, são os pais que os 'despacham' tal não é a miséria em que vivem, sendo uma criança mais um fardo..)de zonas mais pobres para trabalharem nas cidades, em fábricas clandestinas de fabrico de saris e tecidos, onde estão sentados de pernas cruzadas cerca de 18h por dia, e onde trabalham é onde dormem e onde comem, doem-lhes as pernas, são castigados quando se enganam, o trabalho é minucioso e dá-lhes cabo da vista...bem, podia continuar, mas já deixei a ideia. E a Índia é neste momento a 2.ª economia crescente do Mundo..Depois, até entendo os tipos que queimam carros em Rostock (este fim de semana mais uma manifestação que acabou em violência na Alemanha..)e as suas reinvindicações, o que não significa que concorde com os métodos, quem gosta de violência?
Mas entendo-os muito bem até..
Como é que eu posso dizer ao meu amigo João que sou uma mulher feliz? Não consigo. Isto pode parecer de uma tontice grande, mas tendo respondido que não sou infeliz, também não sou feliz...porque para além do meu microcosmos e dos meus problemas, há estas injustiças tremendas a acontecerem em pleno século XXI e que me revoltam profundamente, para além de me deixarem quase sem fome. Aliás, hoje, jejum. Uma vez por mês. Por questões médicas, mas é como se o meu corpo pudesse sentir a privação destas crianças, durante um dia. Que raça surreal a nossa....."salvam-nos" (?) os tipos das organizações humanitárias, (curioso como muitas delas estão ligadas a grupos religiosos) que ainda vão resgatando as meninas dos bordéis e os meninos das fábricas clandestinas por este mundo fora.
Oh silk como te percebo, também vi o documentário. Eu, muito bem instalada em casa, acabadinha de comer com a pança bem cheia, decido aparrar no sofá, relaxar como se chama, ver tv, folhear umas belas revistas/folhetos/panfletos de casas para comprar (pois, porque eu ando a querer trocar de casa!!!!) enfim...via o documentário enquanto folheava, chego a uma altura que não folheei mais...senti-me tão parva. Desumana. Egoísta. Fútil. Igualzinha, igualzinha, igualzinha aqueles que estou farta de criticar...quando o menino indiano depois de resgatado da fábrica é devolvido a casa, a primeira reacção da mãe é chorar porque o filho regressou, mas não porque voltou são e salvo mas porque é mais uma boca para alimentar e eles não podem...CHIÇA...resta dizer que já não houve folhear de mais nada, senti pena, sim pena (não se deve ter pena...né???) a querer desesperadamente ter uma varinha de condão e mudar o mundo, ser iluminada descobrir a fórmula mágica que seria a cura de todos estes males!!!!!!! (sei que parece estúpido, mas é verdade eu senti isso!) mas depois…sou inundada por “There’s nothing you can do to change things, keep your own surviving trail…”. Pois...
bem, a expressão do miúdo quando a mãe desata a chorar, não de saudades, mas de revolta por ele ter voltado a casa....como é que se sente uma criança numa situação daquelas?! o desamparo deve ser total, inimaginável, aliás, bastava olhar para as caras deles, para perceber que há algo de profundamente injusto e errado na organização económica mundial - o lucro de uns, à custa das misérias dos outros, continua a ser apanágio dos nossos dias.
[lembrei-me agora disto: a menina milionária que agora anda nas bocas do mundo pq foi apanhada a conduzir com os copos é que era uma boa figura para dar a cara por uma causa destas, tipo "Paris Hilton funda organização para salvar crianças das fábricas clandestinas na Índia", não era porreiro? Com o dinheiro que ela tem, seria uma boa ajuda de certeza. Mas palpita-me que ela prefere gastá-lo em saris..]
pois parece que sim...beijos
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