quinta-feira, setembro 01, 2011

Na luz indecisa que deixa adivinhar
a manhã, a névoa que impregna o ar
desfaz-se quando os dedos de fogo do sol
a limpam, restituindo ao dia
a sua transparência. Mas a mulher que
ocupa o centro da paisagem não
se apercebe da mudança. O seu corpo
pertence à terra, e entrega-se
ao ritmo subterrâneo das raízes, ouvindo
o canto que regula a passagem
das estações. Um desejo de sombra apodera-se
da sua alma; e conta o tempo que falta
para a noite, para se entregar ao silêncio
do mundo, no lento eclipse
dos sentimentos.

Nuno Júdice

1 comentário:

universo ki disse...

Silk. Este poema está espectuclar... e por x todos nós sentimos essa necessidade de nos escondermos no meio da nebulina e deixar aparcer apenas a nossa sombra. Mas ñ podemos permanecer lá mt tempo sñ deixamos de estar visiveis. E sem visibilidade tb ñ conseguimos ver o q se passa do lado de lá. Bjs.